sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

MEMÓRIA DE ELEFANTE

Dormir a sesta ajuda a memória. Lembram-se ? Falámos nisso há dois dias. Este é um pensamento recorrente . Surge-me muitas vezes : 
- Será por não dispensar a minha soneca após o almoço que continuo a ter tanta facilidade em memorizar ? E , como é possível recordar episódios remotos, conversas inteiras, frases completas , situações que decorreram há tanto tempo?
Dá que pensar. Evidentemente que é mais fácil recordar o que , de qualquer modo, nos impressionou , nos tornou felizes ou nos trouxe angústia. Mas, a verdade, é que é raro , rarissimo verificar-se o esquecimento. Esquecimento ! Na Faculdade aprendi que ele é útil, indispensável e necessário. Na altura espantei-me. Agora compreendo. Simplesmente, não se pode esvaziar o cérebro à nossa vontade e temos de nos adaptar às capacidades que possuimos. Sejam elas utéis ou nefastas ao nosso equilibrio emocional.
Mas,  nos meus passeios a memória é uma companheira assídua e fiel e invariavelmente leva-me a um "ser "que também a possui de modo apreciável.
Sabem quem ?
Ao elefante.
Desde pequena que o amo. O Jardim Zoológico era visita obrigatória e a maior atracção o elefante. Como ele tocava bem o sino ! Como acariciava o seu filho com a sua longa tromba ! No Coliseu não gostava de o ver. Coitado ! Devia sofrer muito até conseguir aprender tantos exercícios! Sentia-se a sua tristeza ...
Porque se dirá :
-Tem uma memória de elefante ?
Já pedimos ao Michel ,  no Corte Inglês , que tente encontrar-nos documentação referente a esta  capacidade, mas não aparece.
Diz-se que a comparação é feita porque o elefante recorda tudo o que aprende. Sabe-se que os originários da Índia, quando devidamente adestrados, não só  reconhecem como obedecem a mais de cem comandos que lhes são ensinados pelos treinadores numa língua específica  para esse fim, provavelmente , derivada de um idioma antigo, anterior ao indú. Que tal? Apaixonante, não é ?
Ainda se sabe pouco sobre a memória, sobre esta prodigiosa capacidade da armazenar conhecimentos  mas  a experiência leva -nos a pensar que :
Assim como o corpo beneficia com o exercício físico
O cérebro benefícia com a sua constante e permanente utilização.
E , já agora um conselho :
Não acreditem no provérbio :
-Burro velho não aprende línguas.
É falso. A idade não impede a nossa aprendizagem, seja do que for.
Pelo contrário.
Torna-nos mais fácil o conhecimento. 
  

1 comentário:

Anónimo disse...

sobre a memória do elefante eu tenho um episódio que o meu padrinho contava, que era o seguinte: o meu padrinho, era chefe de claque do Coliseu e teve contacto com um elefante, fazia-lhe festas sempre que ele passava. Passados mais de 20 anos regressou o mesmo circo ao Coliseu, o elefante reconheceu o meu padrinho e não queria sair do sitio e dava urros que assustou toda a gente. Eu penso que esta história é uma verdadeira delicia. O ser humano não tem a sensibilidade do elefante. Eram só umas festas na tromba, mas o bastante para o reconhecimento da que lhe era dada. Linda ternura. Linda