quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

CATARINA E A SUA ALIENAÇÃO

Lembram-se da história que vos  contei a ontemcerca da minha amiga Catarina que se recusa a aceitar a sua verdadeira idade afirmando com a maior convicção que tem 50 anos ( quando  deve estar perto dos 80 )?.
Ela não está a brincar.
Simplesmente, parou no tempo.
E , como ela ,tantas outras que por aí circulam , sem nada a que se prender   sobretudo quando a única bóia a que se agarram se distância ? São mulheres sem autonomia. Sem independência . Iniciativa . Ambição.
São sombras dos maridos. Fardos para os filhos. Fontes de angústia para elas próprias.
Aqui há dias uma delas lastimava-se :
- Imagina que a minha filha me disse que eu não tenho vida própria. Que vivo em função dos outros e, em vez de os ajudar só lhes dou preocupações.
Como lhe dizer que a filha está certa ?
Catarina foi filha única , menina mimada e protegida.
Casou nova e o marido sempre a considerou o cúmulo da beleza e elegância.O  filho casou , vive longe e tem a sua família.E agora ?
Catarina não sabe como ocupar o seu tempo.Como tem dores nos joelhos não pode sair. Telefona para  amigas e conhecidas. Fala com ela própria , ouvindo a sua voz.Fala do seu passado e não encara o futuro porque não o tem. 
Segundo me acabaram de dizer o marido já morreu há uns anos. 
Não aceita a sua real idade. Não aceita o desaparecimento do marido .Limita-se a sobreviver na sua alienação.
 Todos sabemos que a longevidade tem um preço : aumento das doenças degenerativas. Mas , acreditamos que há toda uma higiene de vida que , se for seguida, nos pode ajudar quando a situação se tornar angustiante.
A palavra chave para este tipo de situações tem um nome :
   AUTONOMIA. 
Amanhã falaremos convosco acerca da importância da Autonomia e de, como devemos, desde cedo , cultivá-la.

1 comentário:

Anónimo disse...

Acho que está certa. é indespensável mantermo-nos sempre autónomas. saber sozinhas tratar dos nossos assuntos, ocupar-nos e divertirmo-nos.(ser capaz de ir ao cinema ou à praia sozinhas, se nos apetece e as possiveis companhias não estão disponiveis).
Igualmente importante é ter interesses para nós mesmas, não viver só em função dos outros, como se fosse esta a única forma de dar sentido às nossas vidas.
Ass. Vanessa.