segunda-feira, 6 de setembro de 2010

D.MANUEL CLEMENTE: " PORTUGAL UM PAÍS DE ANTÓNIOS..."


Depois duma semana de distanciamento da cena nacional foi com alguma relutância que lemos os títulos mais apelativos dos últimos acontecimentos. Nada de especial interesse. Presidente. Primeiro Ministro. Leader da Oposição. Ministros...assumem as suas conhecidas posições ...Sentença da Casa Pia ! ( Finalmente... !) - (Será este o tema do programa Prós e Contras desta noite. - haverá alguma coisa que ainda ignoramos?.Parece que Carlos Cruz vai indicar nomes ... que ... etc e tal...Mais suspense? Será que não sabemos tudo há muito tempo?
Será que....?
Adiante.
Houve, porém uma entrevista que merecia ser lida com atenção :
Entrevistas sobre o futuro
D. Manuel Clemente é entrevistado por Teresa de Sousa.
Vale a pena seguir o pensamento deste prelado que é , por unanimidade, considerado uma das vozes mais representativas da Igreja Católica Portuguesa, na actualidade.
Ele diz a certa altura:
"É uma crise financeira, uma crise económica, uma crise social, mas nós só sairemos dela com uma nova síntese humanista."
" Mas a religião passou a asumir um papel político, claro..."
"EU ACHO QUE SEMPRE TEVE".
E D. Manuel Clemente continua a responder às questões muito inteligentes que a entrevistadora lhe vai colocando até chegar ao Padre António Vieira, figura que lhe é especialmente cara :
"...quando faço este discurso estou particularmente motivado por dois textos do seu período romano. São dois sermões romanos em que ,à  volta da figura  de Santo António , o Padre Vieira que é também António, falando deste país de Antónios , diz mais ou menos o seguinte : nós portugueses, só podemos sê-lo verdadeiramente quando nos projectamos para fora de Portugal. António foi universal porque era português, mas só o  pôde ser porque esteve fora."
Bem observado.
Entrevista muito interessante!
E esta de Portugal ser um país de Antónios tem a sua graça...
Quem, na verdade, não tem um António na sua família?




1 comentário:

Anónimo disse...

No assunto de opiniões de padres? não as admiro muito. Reconhecendo que alguns serão melhores que outros, mas não são bastante directos para os admirar. Como muitos comentadores falam sentados sem se opor energicamente ás injustiças que crescem todos os dias, à frente dos nossos olhos. São apologistas da caridade e vivem nesse balouçar. Não apelam plenamente a uma mais justa sociedade, onde os lucros paguem mais impostos e mais altos. Não os ouvi falar nisso, nem aos lucros dos bancos do ano passado que pagaram menos 40% de impostos. Ouviu-se algum comentário sobre o assunto? Eu não os ouvi. Pedem para os pobrezinhos, e lá vamos nós, mesmo sem acreditar nas suas palavras, lá vamos nós, deixar nas igrejas as ajudas para aqueles que nada tem. A sociedade não pode ser assim, tem que haver outra mais justa. perfeição no mundo do homem não há, mas pode haver melhor. Linda