sexta-feira, 26 de novembro de 2010

É A VIDA ?

Hoje ás 10 h. saí de casa para ir ao Museu da Cidade para ver a exposição " Lisboa antes do terramoto ". Já estive  várias vezes , no dito museu e penso não estar enganada : era o local onde D.João V, se encontrava com a Madre Paula, no Campo Grande. Estando a manhã especialmente fria , tive receio de estar enganada e ir fazer uma caminhada inútil.  Assim resolvi , já no Metro, escolher outro destino   :  Oriente , para o Centro Vasco da Gama.
Passeei. Visitei uma feira do Livro. Estive na Zara. No H& M. No Corte Fiel .Na Bertrand .No Continente. Por volta do meio -dia resolvi regressar. O Metro estava parado. Corri um pouco, entrei e sentei-me junto dum senhor  que lia atentamente o seu jornal. 
Não estava feliz. Não.  Os últimos dias foram difíceis e  a mágoa ainda era companhia.
Então ouvi :
-NINI ? NINI PINCARILHO?
 Reconheci imediatamente quem me falava.
 Há quantos anos não nos viamos ? 50 ?  60?
  Identifiquei-o logo. Mas admirei-me de ter sido reconhecida por ele.
  Assim que entrou vi logo quem era. Muito parecida com a mãe. E com o pai. Só podia ser a Nini.
Como gosto de a ver! Também moro na Praça de Londres e era amigo do seu pai..Via-o muitas vezes na Mexicana. 
Quantos filhos ?
E netos ?
Nós somos todos do Técnico. Eu, filhos, a minha mulher (que faleceu há 5 anos ). Tenho 11 netos .Imagine : 11 !
Eu 4 ! E dois filhos. Sim. O meu marido está de saúde. Está reformado mas ainda trabalha.
Como gostei de a ver, Nini.
Mas, está triste . Não está ?
Era tão alegre! Sempre feliz.
Lembro-me tão bem de si ! Reconheci-a logo.
Sabe. Acabo de perder o Duarte. Há dois dias. Lembra-se dele ? Estou péssima ! Triste! Muito triste !
Dele não me recordo. Fui colega do irmão.E lembro-me da Teresa. Também era bonita, a Teresa.
Morreu, não foi ?
FOI.
FOI
Primeiro a Maria Teresa, após termos regressado ambas dumas férias nas Caraíbas. Agora o Duarte.
Alameda
Vou descer. Até á vista Nini.
Como gostei de a ver.
Como me lembro de si.
E dos seus pais.
É A VIDA. A VIDA !

Apenas um conhecido.
Alguém que trouxe o passado até nós.
Ele desceu na Alameda.
O passado ficou.
Continua connosco.

1 comentário:

Anónimo disse...

O que éramos nós sem passado? Uns com um passado bom outros, nem tanto, mas pensando sem mágoas, sempre se encontra ás vezes lindos momentos, não é verdade? Eu, vou dando mais importância aos momentos bons e vou deitado para fora os maus. Devia ter feito este exercício mais cedo. Mas ainda vou a tempo. Linda