Eram 10 e meia e íamos no Metro a caminho do Centro Comercial Colombo. Na Marquês de Pombal , eles entraram. Os dois. Com as suas bicicletes.
Ficámos a olhá-los e a tentar penetrar nas suas vidas.
A menina devia ter oito ou nove anos. Bonita, aparentemente , feliz. Numa perna , uma flor tatuada . Pequenina! Como envergonhada. Numa das orelhas um brinco solitário. É moda. Claro que é.
O pai .
Alto. Perfeito. 36/ 37 anos . Na perna uma tatuagem assaz complicada. Ostensiva. Não dava para perceber o motivo. Numa orelha , um brinco. Só um.
Engraçado .
As mães é que costumam influenciar as filhas ......Onde estava esta mãe ?
Não falaram.
Quando chegaram ao seu destino ele , em silêncio, entregou-lhe o bilhete. Ela guardou-o no bolso dos calções e saíram. O pai à frente.
Sem querer pensámos:
- A menina é que devia ter saído primeiro.
Ficámos a pensar neles.
Pais separados ?
Ela parecia bem tratada mas estaria feliz?
Ele, tão distante e indiferente !
No entanto era o modelo. Ela queria ser igual a ele. Tatuagem ! Numa criança tão pequena !
Ainda estamos a pensar neste encontro pois, por absurdo que pareça ,aquele pai com aquela menina iam juntos mas não estavam juntos.
Cada um tinha um caminho a percorrer e não era o mesmo.
O encontro de hoje era apenas mais um encontro. Talvez ordenado pelo tribunal.
Pobre menina à procura da sua identidade!
domingo, 24 de junho de 2012
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