FIADOR ? PORQUE NÃO ?

Francisco era amigo do seu amigo. Tudo o que lhe pediam era certo e garantido que era dado com a melhor boa disposição.
Um dia, António , seu vizinho de há longa data , humildemente, diz-lhe .
- Gostaria de lhe pedir um favor , mas falta-me a coragem.
- Homem, não se acanhe. Se for coisa que eu possa fazer por si, é já.

- Preciso de comprar uma camionete. Coisa em grande. Mas , exigem-me um fiador.Será, que o meu amigo me fazia isso ?

- Claro que faço. Confio tanto em si como em mim próprio.

  Há quantos anos nos conhecemos ?

- Desde miúdos. Andámos juntos na escola.

  Nem se contam os anos. São os nossos. 

Dito e feito.

Camionete comprada.

 

Francisco, proprietário abastado, ficou como fiador.

O tempo passou e o aval foi esquecido.Nos seus negócios , António afastou-se da terra. É a vida. Não é ?

Até que um dia  , Francisco recebe uma notificação do tribunal em que é obrigado a pagar integralmente  aquilo de que tinha sido fiador.

- Como ?

 O António não era capaz de tamanha traição !

 E , como pagar naquela altura uma quantia tão elevada , quando tinha investido tanto nas suas terras ?

 Para mais , faltava um ano para tirar a cortiça.....

Completamente atordoado , Francisco que era diabético, deixou de se cuidar. Não aceitava o que considerava uma traição dum amigo.Tornou-se uma obsessão a deslealdade sofrida.

Adoeceu. 

Uma infecção num pé.

Há-de passar....

Mas , o açúcar continua a subir e ele fixado na sua mágoa.

Insulina ? 

Logo se vê.

" Tenho mais em que pensar."

Francisco morreu aos 49 anos , sem conseguir aceitar o que considerou a traição dum amigo.

Um tio  muito querido, que recordamos com saudade e ficou como um exemplo do que não se deve fazer.

Ser fiador.

Sempre temos recusado esse pedido quando nos é feito.   

E continuaremos a tomar essa atitude porque consideramos que é a sensata e justa.

Por isso

Compreendemos a história dos eurobonds.

Vejamos :