quinta-feira, 25 de agosto de 2011

A SORTE NÃO CAI DO CÉU

Hoje esta quadra tem dominado o nosso pensamento:

              Ninguém foge ao seu destino
              A sorte não cai do céu
              Já se traz de pequenino
              A sina  que Deus nos deu

Não nos recordamos onde a ouvimos...
Amália ?
Um dos seus fados ?
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Não identificamos mas....
Hoje ao lermos o Público vimos duas notícias que talvez justifiquem este "martelar inconsciente"........
"Há em Portugal 3736 agregados acima dos 250.000 euros"
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"Crise trouxe mais 20% de sem-abrigo em dois anos."
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A discussão "Os mais ricos que paguem a crise "deve estar na base deste refrão que nos tem acompanhado.
E, também, algo que "guardámos " na memória. Uma recordação das nossas férias em Itália.

Um quadro.
Um quadro colorido que fotografámos e arquivámos.
Agora ele está aqui na nossa presença.

Hotel Atlantic / Riccione.
12h 45 m.
Regressávamos da piscina e iamos arranjar-nos para o almoço.
Os elevadores parados.
Nenhum vem? Porque será?

Chegam. As portas abrem-se.
Que vimos ?
Brinquedos. Brinquedos. Brinquedos.
Os elevadores completamente repletos de brinquedos das mais variadas cores, dimensões e feitios. Para todos os gostos.  Vários empregados acorreram solícitos a ajudar o bagageiro  em dificuldades para retirar toda aquela colorida carga.
Ah!
Era a partida dos meninos ingleses que tanto gritavam na praia......
Os pais já se tinham despedido.
- Até para o ano.
Pró ano...
.....................
Perplexos , guardámos a imagem.Tantos brinquedos! Tantos!
Subimos. Ligámos a TV.
Mais uma vez a Somália.
A Etiópia.
A fome.
As crianças.
As mães.
A fome.
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"Ninguém foge ao seu destino
A sorte não cai do céu
Já se traz de pequenino 
A sina que Deus nos deu."

Reaccionário?
Piroso?
Ultrapassado ?


Perguntamos:
-As crianças da Somália conseguem fugir á fome?  

2 comentários:

Anónimo disse...

Não encontro na rima nada de reacionário, mas fora de época sim. Sabemos como se pode mudar a vida de crianças e de adultos, desse a cana e não o peixe. Nada de culpas, foram tempos épicos, gloriosos, contados e cantados, foram. Outros, vieram e foram bem piores, de que nós, bem mais desumanos, há provas. Já tinham conhecimentos científicos e continuaram, continuam a destruir riqueza e as terras secaram. A terra não é estática e a destruição e desbastação contribuiu para as secas do solo. Aí temos o preço da ganância,há deveres para com os povos que destruímos e continuamos a destruir por outros continentes. Sempre a ganância. Eu penso que o Aleixo é mais actual: Quantos vestidos de seda/ Quantos brancos colarinhos/ São bocados de pão/ Roubados aos pobrezinhos. Linda

Anónimo disse...

Neste Mundo, reina a desigualdade de condição. Vive-se muito bem na velha Europa.
Se o paraíso na terra existe, ele é, certamente, este nosso continente. Ou talvez nos EUA.
É uma grande sorte nascer na Europa: ter comer, água potável, assistência médica, escola, saneamento, uma casa habitável, ruas limpas. E todos os luxos: fartura de brinquedos, acesso à cultura, possibilidade de viajar.
Por vezes, quando estou aborrecida com qualquer coisa, penso que só me preocupo com aquilo, porque tenho água canalizada em casa e não tenho que carregar uma bilha à cabeça, três ou quatro kilometros. A preocupação passa-me logo.

Assim, nascer na Europa, nos EUA, e não numa Somália, é uma sorte; sabe Deus quem nos decide este destino.
Ass. Vanessa.