sexta-feira, 26 de agosto de 2011

RESPONSABILIDADE !

- Avó, posso ir fazer uma comprinha ao Chinês ?
  Vou ver se descubro uma gracinha para dar amanhã ao pai.

- No Chinês ? Um presente para o pai ?
  Talvez uns marcadores, uns envelopes, um dossier....

- Já está , avó. Tão giro ! É segredo. amanhã verão.... 

- Avó e eu ? Também quero ir comprar um presente. A Constança já tem. E eu ?

- A avó só tem 20 euros. Vão os dois , vejam se descobrem alguma coisa , mas cuidado ao atravessar a rua . Atenção : não percam o troco.

-És a avó melhor do mundo! Tão querida !

-Comprámos uma caneca para o pequeno almoço do pai... Mas.... Mas..... Não sabemos como foi perdemos 5 euros do troco......Foi no regresso... Deve ter caído...

Aqui a avó não gostou.
Repreendeu.
Disse :
-O que aconteceu foi muito grave. Confiei em ambos  e agora vejo que não mereceram  a minha confiança. Sabem que há muitos meninos que não têm 5 euros para comer?
 Foram irresponsáveis.
 Os dois.
 Irresponsáveis.
....................................................
Passou uma semana.
Exactamente uma semana.
Vieram de novo passar o dia com os avós.
Envergonhados.
Timidos.
Muito sossegados.

Depois do lanche,  a avó apareceu na sala da TV:
- Agora vão os dois fazer uma comprinha ao Chinês. Está aqui o porta-moedas da avó com dinheiro. E as chaves da casa.
Cuidado ao  atravessar a rua.
Confio em vós.

20 minutos mais tarde a Constança ( 11 anos ) e o António ( 9 )  regressaram.
Felizes.
Risonhos e felizes.
Muito felizes.

-Tão bom, avó. O António comprou umas cartinhas de jogar pequeninas. Para jogarmos com as primas no Club Med. Eu , uma pulseirinha. Gira! Gira !
 Foi tudo 2 euros. E já sabemos abrir a porta com as chaves.
Tão bom, avó!

A responsabilidade é um valor.
O António e a Constança estão a aprender o seu significado

E a avó adora ser ela a indicar-lhes o caminho para se tornarem adultos responsáveis.
A aprendizagem pode ser divertida, alegre ,carinhosa.
Talvez seja o melhor meio para a encontrarem e assimilarem.
Alegremente!
(Assim pensa a avó). 

1 comentário:

Anónimo disse...

A minha pena maior de não ter descendência, é precisamente que valores transmitiria aos filhos e netos. Não é bem a companhia, é a obra que deixaria. Linda