quinta-feira, 28 de abril de 2011

UM OLHAR CRÍTICO SOBRE O PRESENTE.

Aos 20 anos andávamos na Faculdade de Letras de Lisboa. Cantando e rindo! A vida era uma festa e namorar era tão bom! Tivemos , durante 4 anos como colega o João Bénard da Costa e a que seria, mais tarde sua mulher. Ele já tinha uma consistente consciência política e o seu grupo, nada tinha a ver com o nosso. Que idéia ! Eles, tão sérios ! Tão intelectuais !
O último exame que fizemos foi Descobrimentos, com o Professor Manuel Heleno. Reprovámos. E então? Repetimo-lo na segunda época e , sem pegarmos num livro , obtivemos 14. Quando soubemos marcámos a data do casamento. Logo, logo a seguir. Namorar , continuava a ser tão bom!
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Anos mais tarde , já depois do 25 de Abril , resolvemos estudar a sério. João Bénard da Costa ,era  cada vez era mais conhecido no meio intelectual. Nós sentiamos que nos faltava alguma coisa . E foi na Nova que crescemos. Que começámos a pensar e a ver relmente o mundo. Foi com Magalhães Godinho, com Mesquitela de Lima, com Abel Mateus , com professores de grande mérito que conseguimos situar-nos.
E, cá estamos!
E , gostamos de fazer as nossas análises, as nossas reflexões, tentando distinguir , como aprendemos , o vazio do consistente, o balofo do vazio, o falso do verdadeiro.
Passados tantos anos , lastimamos não ter pertencido ao grupo do João Bénard ( nós que também gostávamos tanto de cinema ! ). Recordamos o Professor Moreira de Sá, o Vieira de Almeida,o Manuel Lereno... mas são memórias difusas e sem significado.
- Porquê, estas lembranças?
- Quando João Bénard morreu, pensámos (que pena não termos cultivado esta amizade !)
  Hoje, recordando a génese da nossa formação cívica, referenciando a influência de Magalhães
  Godinho  pensamos que o caminho nem sempre é fácil e linear.  Mas , reconhecer o que exerceu
  uma influência benéfica na nossa formação, é magnífico.
 Agradecemos ao ilustre Historiador ter-nos ensinado a olhar o mundo dum modo crítico. A não termos receio de revelar  o que pensamos , a mostrar que o nosso conceito de cidadania é pertinente.




1 comentário:

Anónimo disse...

Ai! como eu gostaria de ter privado de perto com essas pessoas.Mas como fui sempre muito curiosa, conheço quase todas de ouvir falar neles, nas lutas Universitárias e não só. Lia também algumas coisas que iam chegando ás mãos. Felizmente que nunca andei aqui por andar. Linda