terça-feira, 11 de dezembro de 2012

" SEMINÁRIO DO FUNDÃO "

Lemos " Manhã Submersa " há tantos anos que é impossível saber quantos.
Se gostámos ?
É para nós um marco . Uma referência. Aliás um dos livros que mais nos impressionou.
Conhecemos Virgílio Ferreira. Um homem triste. Sempre voltado para dentro de si, sem olhar para o mundo. O peso da infância  , fria e solitária que sempre nos deu a sensação de estar presente. De o acompanhar.
Pobre criança.
Pobre menino  perdido naqueles corredores frios do Seminário do Fundão!
Seminário do Fundão

 
O romance é autobiográfico e sempre que encontrávamos o escritor ( que habitava perto de nós, e morreu em 1996 )  , recordávamos as manhãs gélidas e as noites de solidão vividas por essa criança entregue a um destino que não escolheu e , finalmente , conseguiu  repudiar.

 Teve forças para  dizer não.
Nós sempre consciencializámos que a experiência a que foi sujeito na adolescência foi um peso de   que
nunca se libertou .Carregou-o até à morte. 
Foi ao ler " Manhã Submersa " que nós despertámos para o drama das crianças que são levadas para esses locais onde adquirem preparação para a vida de sacerdócio que lhes é imposta, quando ainda não têm capacidade de escolha.

E depois .......

1 comentário:

Anónimo disse...

Depois fica-se triste para sempre, como ficou Virgilio Ferreira. Nunca li a Manhã Submersa, fiquei curiosa de conhecer um pouco do escritor. Linda