sábado, 1 de dezembro de 2012

" PERTURBAçÕES MENTAIS COMUNS " / D. Goldb.

Como já vos temos dito , gostamos de nos documentar acerca do que não dominamos. De tentar compreender o que foge à nossa capacidade de entendimento. E, assim, estamos a ler " Perturbações mentais comuns " de David Goldberg e Peter Huzley.
Se estamos a apreciar a obra ?
Estamos , sim senhor , pois confirma muito o que pensamos acerca do desencadear  de certas situações dramáticas. A sua génese já lá estava. Apenas era necessário que se reunissem os factores propícios para que a explosão se verificasse.
Estamos a falar de Renato Seabra e do crime macabro que ele praticou.

 É ou não culpado ?
Muito resumidamente estamos perante uma história aparentemente banal , igual a tantas outras.
Renato Seabra 
21 anos
Natural de Cantanhede 
Campeão nacional de basquetebol universitário pela equipa de Coimbra , desporto que praticava desde os 12 anos .
Estudava Ciências de Desporto.
Em Setembro de 2010  ficou entre os 3 finalistas do concurso da TV " Á procura dum sonho " . Terá conhecido Castro no Facebook  em Outubro  de 2010 . Mais tarde encontraram-se no Porto  e iniciaram uma relação.


Como foi a infância e adolescência deste jovem ?
Foi a mãe que o criou, protegeu e incentivou durante todos os momentos da sua vida .
Pai ?
Não houve identificação .
Sempre ausente.
Os factores de vulnerabilidade foram crescendo.
Os sonhos de grandeza fácil eram protegidos e até fomentados pela família próxima.
Modelo famoso.
Herói da moda 
Ele ia alcançar tudo.
E a relação foi crescendo baseada em promessas que não se cumpriam.
Afinal valia a pena a sujeição absurda a alguém que apenas o sujava e com quem não iria realizar o seu sonho ?
Discórdas e mais discórdias.
A violência a aumentar e prestes a explodir .
Sexo sujo.
Negação total da homossexualidade que era repudiada e jamais assumida.
Tinha de se limpar.
De pôr fim a uma aberração sórdida.
Ele não aceitava a existência que estava a protagonizar.
Castrando o parceiro , origem do mal , libertava-se da imundice.
MATOU.
CASTROU.
TOMOU BANHO.
LIMPOU-SE .

E, quando disse à amiga que encontrou na recepção que Carlos já não saia do hotel , estava a dizer a verdade pois , para ele o processo de recomeçar  uma nova  vida estava a iniciar-se.
Foi tratar das suas feridas ao hospital, não tentando esconder a sua identidade.
E depois ?
E agora ?
Quem é , afinal , este jovem que demonstrou ter capacidade de praticar um crime hediondo, cujos pormenores nos amedrontam ?
Quem sabe.
Trata-se dum homicida frio ou dum maníaco desvairado ?
O que o espera ?
Se for condenado por homicídio em 2ª grau , pode cumprir uma pena entre 15 a 25 anos de prisão a perpétua . 
Já sabemos que foi considerado culpado.
Falta saber a pena.
AINDA HAVERÁ FUTURO PARA RENATO SEABRA ?

 Acreditamos que ele irá cumprir a sua pena de muitos, muitos anos numa prisão distante da curiosidade pública.
O crime brutal cairá no esquecimento.
A mãe acabará por não ter mais lágrimas para chorar.



 Nós, quando em Nova Iorque passarmos junto do hotel onde o crime se verificou diremos :
- O que será feito de Renato Seabra?
 -  Afinal ele era louco e agiu dominado pelos seus fantasmas  ou  sabia exactamente o que estava
   a fazer , demonstrando uma ferocidade inqualificável .

QUEM SABERÁ ONDE ESTÁ A VERDADE ? 
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2 comentários:

Anónimo disse...

Nesta tragédia do absurdo, a minha opinião é que foi muito violento o que sucedeu. Para mim na altura Renato não estava bem das suas faculdades mentais. Mas será que o companheiro muito mais velho, não se serviu de toda a ansiedade de um jovem de 21 anos? Não concordando com o acto, mas tenho muito mais pena de Seabra. Linda

Anónimo disse...

A história não tem por onde se pegue. é tudo mau.
a ambição, o caminho, o desfecho.
a sociedade julga o fim desta história, presa aos promenores sórdidos.
quem ficou é julgado pelos últimos atos.
as liberdades individuais proibem-nos de julgar para além disto.
Não fosse isso, diria que loucura é um rapaz ter por objetivo de vida ser manequim, rico e famoso. Para isso, aceitar o que aceitou.
O desfecho é só o corolário desta loucura.
ass. vanessa.