Esta manhã , assim que saí de casa , passava pouco das 9 horas, encontrei o meu amigo Luís Vasconcelos de Abreu ( filho )que ía a caminho do seu emprego na CGD .
Vi que se dirigia a mim com um sorriso que senti como de admiração (trocista )...,
-Não me diga que agora anda de bengala
E mochila !
O que se passa ?
- Caí . Tive um problema que me fez perder o equilíbrio e a bengala ajuda-me muito.
Quanta à mochila , facilita-me a vida pois tenho dificuldade em carregar objetos pesados .
Vi que continuava a sorrir .
Tive a impressão que li o seu pensamento:
Ó filha !
Quem te viu e quem te vê !
De bengala ....
È para continuar ?
Comecei a irritar-me !
E depois ?
Se for ?
Qual é o problema ?
Senti-me velha !
Muito velha !
E não gostei .
Ele perguntou-me por alguns dos nossos amigos que, infelizmente, já partiram ignorando ele essas mortes
( Aqui há uns 20 anos tívemos um grupo bastante agradável que periodicamente se reunia na Quinta da Marinha , em casa do Prof Dias Marques .Com a sua morte , a do meu marido, e outras ausências forçadas ... fomos perdendo contacto
- E a sua mãe , Luís como está ?
Ela é exatamente da minha idade ...
- Coitada ! Mal mas ainda lúcida .
Encontra-se num lar aqui perto ..
Mas já não sai !
Muito só !
Despedi-me
Se passam !
Mas com bengala e mochila
Eu
Continuo a caminhar
SOZINHA ?
Porque a minha imaginação
e
As tais memórias persistentes
São uma contante companhia
Diseram-me
Aprendi !
Gosto !
Adoro !
Porque sei que
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