Há no ar que se respira angústia.
Falta de esperança.
Confusão !
Ontem , tivemos um almoço com Os Amigos - os nossos amigos de há 50 anos - e houve falta de convergência no modo como interpretamos a célebre afirmação de Passos Coelho " O desemprego pode ser uma oportunidade."
Nós damos a mesma interpretação que o Primeiro Ministro deu à frase :
" O desemprego é a maior chaga do país , mas os desempregados devem perceber que precisam de novas oportunidades na sua vida e que essa situação não os vai vencer .
É uma situação que têm que vencer."
Ora nós defendemos exactamente esse ponto de vista.
Por temperamento as dificuldades não nos assustam . Sempre trabalhámos. Nunca contamos as horas , mas afirmamos que era de sol a sol. O dinheiro para ir à China não caiu do céu.... Pois não. Foi o resultado duma vida profissional bem preenchida.
E agora quando a inevitável pergunta surge :
- Ter um blogue não a cansa ?
A resposta é esta - verdadeira e autêntica .
- Gosto de estar ocupada. De comunicar. São 4 horas diárias de prazer . De libertação. Poderia fazer voluntariado. Ajudar os solitários. Aqueles que não sabem o que fazer às suas vidas.
Deste modo , entro em muitas casas. Levo companhia a quem não a tem. Fico feliz quando oiço:
- Como senti a sua falta!
Ainda bem que regressou ao nosso convívio.
E estou a pensar em si, minha querida Linda para quem os Reencontros são um passatempo que a conforta.
E são mais de 400 os que diariamente nos visitam .
Trabalho ?
Será.
Mas é uma oportunidade de dar sentido a uma vida que vai decorrendo alegremente.
Sabemos o desespero que alastra neste país e pela Europa fora.
Mas pensamos que se deve pensar sempre :
Fechou-se uma porta.
Outra se abrirá.
Era esta mensagem que Passos Coelho queria passar.
E felizmente há , muitas vidas que estão a recomeçar , até,( talvez ), para um futuro melhor.
2 comentários:
Para mim não foi a melhor maneira de querer passar mensagem. Quanto a trabalho, quando se ama o que se faz o tempo passa sem dar por ele. Há o ditado muito certo, quem corre por gosto não cansa. Mas quando se não teve oportunidade de escolha, não é fácil nem se é feliz. Não quero dizer com isto que se passou a vida com o mundo nas costas, nada disso. Claro que há o dever de se cumprir o dever de trabalhar e isso deve ser feito. Sei quem nunca trabalhou depois do horário sem que lhe não fossem pagas as horas extras. Isto mesmo em outros tempos. Neste momento mesmo que haja ideias, como por em prática e onde está o poder de compra para manter um negocio? Depois se um/a balconista, padeira, operário, pescador, mineiro, etc, etc, vão buscar bases para novas oportunidades? Por mim, não estive empregada, trabalhei, descontei 44 anos, e o que me fizeram agora, é justo? É tudo muito complexo e delicado, para que se não explique bem o que se quer dizer, pode-se ferir a quem não vê saídas. Linda
Saúdo o seu regresso. Bem-vinda ao nosso pais!
Sobre o nosso 1.º ministro, quero crer que tentou dar uma prespectiva otimista, positiva do desemprego: o desemprego como uma oportunidade de relançar a vida, de requestionar o caminho e de construir novo.
No entanto, não foi isso que a população retirou das palavras do 1.º ministro e, dificilmente o seria.
Noutras circunstâncias, o desemprego pode ser uma oportunidade. Como o país e a Europa está, não é.
Como podemos ser empreendedores, se o consumo privado caiu a pique? Se as finanças são as primeiras a bater à porta das novas empresas? Se não há dinheiro para investir?
Só com muita imaginação as pequenas empresas sobrevivem.mesmo!
Neste cenário ver no desemprego uma oportunidade pareceu insensibilidade perante a angustia dos que o vivem pele.
Às vezes é melhor não exagerar no otimismo.
Ass. Vanessa.
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