Na nossa terra, junto dos que amámos e cujo ternura nos aquece a alma.
- Gostámos de visitar Berlim ?
- Claro que gostámos.
Houve quem hoje nos tivesse dito :
- Há lugares mais interessantes para visitar que Berlim.
Claro que considerámos a frase idiota.Tudo é relativo, não é ? E, conhecendo grande parte das capitais da Europa, consideramos que visitar Berlim, hoje, é uma imposição cultural.
- Porquê?
- Porque o nosso presente está ligado , quer queiramos ou não , à Alemanha .Essa é uma realidade que não se pode ignorar.Além disso , foi enriquecedor para nós ver como este povo actualmente vive, se desloca, se veste, come, bebe e se relaciona com os outros.
O que sentimos após esta curta estadia ?- Contactámos com o povo com melhor nível de vida da Europa ?
- Se o tem , não o sentimos.Todos vestidos de escuro, agasalhados confortavelmente mas sem luxos, duma sobriedade impressionante, deslocando-se em grande número de biciclete, com automóveis de média cilindrada.......
Nada nos revelou que estavamos perante os senhores da UE.
- Efusivos ?
- Calorosos ?
- Simpáticos ?
Sentimos que eles viviam as suas preocupações diárias e pouca importância nos davam.
Se sorríamos/ correspondiam.
Tomar a iniciativa / não.
Vimos pedintes, vendedores ambulantes, marginais ?
Não.
Vimos limpeza em todo o lado mas verificámos que ainda fumam nas ruas e ao fim do dia se encontra algumas beatas no chão.
Nos restaurantes e lojas , não.
Achámos os transportes económicos , a alimentação muito acessível, os cosméticos baratos, a roupa de marca ( que abundava ) caríssima.
Não vimos cartazes com anúncios espalhados pela cidade e não sentimos absolutamente nada das suas opções políticas.
-Querem continuar no euro ?
-Querem voltar ao marco ?
-Querem que a Angela Merkel vá à vida ?
Não sabemos.
Ninguém nos perguntou ( como é usual fazer nos outros paises que visitamos ) donde éramos, porque os queriamos conhecer......
Nada.
Eficientes. Cumpridores. Sérios.
Creio que se lhes tivessemos feito a pergunta :
- Estão dispostos a pagar a dívida dos gregos, dos irlândeses , dos portugueses, dos italianos, dos espanhóis ?
A resposta seria :
-Porquê?
-Paguem eles.
-Nós queremos trabalhar e viver em paz.
Mas a Europa não vos ajudou depois da guerra ?
...........................................................
Não sabemos o que responderiam.
Mas sentimos que eles continuam a carregar com essa tremenda culpa.
O facto de haver um lapso de tempo pouco aprofundado historicamente no Museu Judaíco é a prova disso.
Não recordar.
Esse tempo não é responsabilidade sua.
Daí eles hostilizarem fortemente os obsoletos neo-nazis , como se acaba de ver na imprensa de hoje.
Também sentimos que eles têm o síndroma do Muro, pois foi uma permanência tão violenta e cruel que contínua presente. Por todo o lado. Se o nazismo os marcou, a separação incrível a que foram submetidos não foi menos dolorosa.
Viver em paz.
Não sentimos da parte deste povo ambições nacionalistas
Gostaríamos de residir na Alemanha ?
A esta pergunta responderámos com a maior prontidão:
-De modo nenhum.
Adoramos viver na nossa terra embora tenhamos consciência que os portugueses têm de mudar radicalmente o seu modo de vida.
Somos gastadores, levianos, pouco cumpridores nas nossas tarefas, irrealistas e insensatos.
Ao ver hoje o anúncio das próximas greves da TAP, agendadas para Dezembro e Janeiro só um pensamento se nos impõs :
-Como é possível ?
1 comentário:
Pelo que está expresso no relato, continuo a pensar que gosto mas só de duas coisas, que é o método de trabalho que eles têm e o serem sóbrios. Mas cada povo tem os seus hábitos e costumes que talvez nunca se poça mudar. No fim, quando se sai deste país e destes governos que nos dão cabo da cabeça, queremos regressar a esta terra que é Portugal. Linda
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