Não protejem.
Não.
Falta-lhes a devida sensibilidade para compreender até que ponto é doloroso relembrar cenas vividas .
"Nos tribunais há uns senhores que nos defendem e também nos fazem muitas perguntas, e depois contamos tudo outra vez e estamos sempre a relembrar as coisas más ."
Palavras de Sara de 7 anos vítima de abuso sexual.
Esta é uma das conclusões do Guia de Agressão Sexual contra Crianças, lançado pelo Observatório Permanente da Adopção do Centro de Direito de Família da Universidade de Coimbra, que acusa os diversos intervenientes da investigação criminal de não protegerem nem acautelarem os direitos das crianças.
" A vítima sente medo, vergonha , raiva , dor , ressentimento e muitos outros sentimentos que tem pudor em exprimir.
E para maior sofrimento muitas vezes - mais de 65 % - os abusadores são familiares ou vizinhos que a criança é obrigada a enfrentar "
Mariana -11 anos -lastimou-se deste modo :
-Eu contei a dois polícias e eles foram simpáticos, mas depois tive de dizer no hospital e depois os polícias foram a minha casa e perguntaram outra vez e agora estou aqui . Tenho de contar mais vezes ?
É para evitar situações deste tipo que o grupo da Universidade de Coimbra aponta soluções urgentes :
As declarações devem ser tomadas no mais curto espaço de tempo após a ocorrência dos factos e só uma única vez.
já se pensou no drama que constitui para as crianças conviver no tribunal com quem as abusou ?
Muitas vezes alguém a quem elas estão ligadas pelo amor / ódio e cujo trama vai ficar para sempre ?
Sensibilidade
EXIGE-SE.
1 comentário:
É isso mesmo, falta de sensibilidade. Claro que a participação tem que ser feita na polícia e depois mais acareações devia ser com os mesmos polícias e acompanhados por psicólogos e mais técnicos que fossem necessários. Não basta o sofrimento dessas crianças, que ficam magoadas para a vida toda, ainda sofrer tantas vezes as perguntas por pessoas que não estão preparadas. Crueldade é o que é. Linda
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