São belas- bem o sei , essas estrelas
Mil cores - divinais têm essas flores,
Mas eu não tenho amor, olho para elas ,
Em toda a natureza
Não vejo outra beleza
Senão a ti - a ti
Divina - ai! sim, será a voz que afina
Saudosa - na ramagem densa, umbrosa
Será - mas eu do rouxinol que trina
Não oiço a melodia
Nem sinto outra harmonia
Senão a ti - a ti
Respira - n`aura que entre as flores gira
Celeste - incenso de perfume agreste
Sei....não sinto; minha alma não aspira,
Não percebe , não toma
Senão o doce aroma
Que vem de ti - de ti.
Formosos - são os pomos saborosos,
É um mimo de néctar e racimo
E eu tenho fome e sede....sequiosos
Famintos meus desejos
Estão ....mas é de beijos,
E só de ti - de ti
Macia- deve ser a relva luzidia
Do leito- se por certo em que me deito
Mas quem, ao pé de ti, quem poderia sentir outras carícias
Tocar noutras delícias
Senão em ti- em ti
A ti ! a ti só os meus sentidos
Todos num reunidos
Sentem, ouvem, respiram,
Em ti, por ti deliram
Em ti a minha sorte,
A minha vida em ti
E, quando venha a morte
Será morrer por ti
terça-feira, 25 de junho de 2013
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1 comentário:
NÃO CONHECIA ESTE POEMA DE ALMEIDA GARRETT, OBRIGADA POR MO DAR A CONHECER, LINDO, LINDO. OS PRIMEIROS POEMAS QUE LI FOI DE GARRETT, TERIA 15 ANOS. QUANDO DESCOBRI QUE SABIA LER DEVORAVA TUDO QUE APANHAVA, MAS A MINHA FAMÍLIA TINHA RECEIO QUE ALGUM LIVRO NÃO FOSSE BOM PARA A MINHA IDADE. QUANDO VIM PARA LISBOA CAÍ NUMA COLMEIA DE MEL, HAVIAM LIVROS, UNS QUE ME ERAM PROIBIDOS, MAS QUE LIA ÁS ESCONDIDAS. OS NOSSOS 15 ANOS NÃO ERAM COMO AGORA. LINDA
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