Queria dizer-te as palavras mais profundas que tenho para te dizer, mas não me atrevo, não vás tu rir-te de mim. Por isso me rio de mim próprio e brinco com o meu segredo. Sim, zombo da minha própria dor, para que não zombes tu dela.
Queria dizer-te as palavras mais verdadeiras que tenho para te dizer, mas não me atrevo, não vás tu não acreditar em mim. Por isso disfarço-as com mentiras e digo-te o contrário daquilo que queria dizer-te. Sim, torno absurda a minha dor , não vás tu fazê-lo.
Quisera dizer-te as palavras mais ricas que guardo para ti, mas não me atrevo, porque não vais pagar-me com as tuas melhores palavras.
Por isso digo o teu nome com dureza e faço alarde com um atrevimento cruel. Sim , maltrato-te , com medo que não compreendas a minha dor (...)
Rabinranath Tagore
quarta-feira, 3 de julho de 2013
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1 comentário:
Tem graça que encontro nesta carta uma coisa que não se deve ter no outro, insegurança. Ás vezes, parece que muito raramente, mas consegue-se a harmonia entre dois seres e as tais cartas de amor, que diz Fernando Pessoa são ridiculas, mas não seriam cartas de amor. Mas continuando, quando as almas são gémeas, as palavras são música para o coração e anos depois, ao rele-las continuam a ser música. O autor da carta não tinha a certeza no amor do outro. Linda
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