sexta-feira, 13 de abril de 2012

" A QUEM PERTENCE A VIDA ? "

 Onde estavas quando criei o mundo?

É este o nome da peça que acaba de se estrear na Sala Estúdio  do teatro do Rossio sendo a única produção própria da casa esta temporada . Só foi possível  , não só graças ao seu baixo custo ( é um monólogo interpretado por Manuela Couto  e encenada por João Mota ) como pelo facto de ser um projecto antigo "  Estivemos para trabalhar esta peça na Comuna. Quando passei para aqui trouxe coisas porque ficámos sem dinheiro. São dois milhões a menos que o teatro tem "   explica João Mota" Como não há dinheiro encenei  e fiz o cenário de graça. Acho que o director artístico já recebe o suficiente. Na Comuna também nunca recebi por encenar. Já temos o nosso ordenado. É uma maneira de economizar ". 
Temos que economizar !
Parece que finalmente há quem tenha percebido que não há dinheiro. Não há , mesmo!
Onde estavas quando criei o mundo ?Pode parecer coisa pouca. Mas Manuela Couto consegue encher o palco. 
"  -Eu não quis ter filhos "   são as suas primeiras palavras, olhando a plateia nos olhos. A mulher está ali, na sala do tribunal . São as suas alegações finais. Está a defender-se . Matou o filho. Quem somos nós ? Espectadores ou o colectivo de juízes a quem tem se tenta explicar ?
Texto duro. Forte. Esta primeira peça de Artur Ribeiro foca os temas que o preocupam : aborto, eutanásia, o valor da vida , a lei, a moral, a religião cristã.
O texto levanta várias questões , sendo a mais pertinente De quem é a nossa vida ? diz Manuela Couto. Esta peça , enquadra-se nas tarefas possíveis de um teatro nacional , ao encenar um novo dramaturgo português  e ao tentar uma reflexão sobre um tema actual e profundamente ligado à condição humana e à cidadania. 
Sabem ? 
Desejamos ver esta peça que acreditamos ser de alto nível. Compreendemos e apreciamos a escolha de João Mota. Estamos com ele.É possível em tempos duros , como os que estamos a viver,  defender a qualidade sem abdicar da dignidade.
Por favor , não desistam, meus amigos.
Precisamos da vossa abnegação. 

1 comentário:

Anónimo disse...

DEVE SER UMA PEÇA PARA MUITO PENSAR, E O QUE OS PORTUGUESES PRECISÃO É DE PENSAR. NÃO SE PODE ACREDITAR EM TUDO QUE NOS APRESENTAM, TEM QUE SE ANALIZAR. CONTINUO A PENSAR, PORQUÊ, PORQUÊ? SEGUNDO A PROTAGONISTA NÃO QUIZ FILHOS, MATOU. EU QUE SOU POR A EUTANÁSIA, NÃO APROVO ESSE PROCEDIMENTO. MAS O DRAMA ESTÁ NA ALMA DA PESSOA, E QUEM SOU EU PARA JULGAR? MAS, CONCORDAR NÃO. SOBRE O POUPAR, JÁ ESTOU CANSADA DA PALAVRA, MAS TAMBÉM SÓ PODE POUPAR QUE TEM, E QUEM JÁ NÃO TEM POUPA O QUÊ? EU PREOCUPO-ME É COM OS QUE JÁ NÃO TÊM, E SÃO MUITOS INFELIZMENTE. QUANDO VEJO O NOTICIÁRIO E PESSOAS COM DOIS E TRÊS SALÁRIOS EM ATRAZO, PERGUNTO-ME, SERÁ QUE PATRÃO ESTÁ TAMBÉM EM SITUAÇÃO IGUAL? NÃO QUERO QUE TODOS SOFRAM, MAS, FAÇO A PERGUNTA? ISTO É TUDO MUITO COMPLICADO. LINDA