quarta-feira, 25 de abril de 2012

FASCISTAS ? NÃO

Os protagonistas desta história já não existem. Morreram há anos. Mas a atitude cruel de Gilberto para com o seu amigo de infância, ainda é recordada.
A época justificava estes desmandos ?
Não. Não justificava. Porque esta é apenas uma pequena história que serve de exemplo para o que de muito grave se passou em nome da liberdade.
Esta era uma família tradicional da burguesia portuguesa.
Casal. 4 filhos. Muitas terras. Muitos servidores.Abastados ? Muito . Mas , solidários.

Maria Lúcia era o nome da matriarca . Todos, porém a tratavam por Bia. Bia era considerada a mãe dos pobres da região. A todos atendia. Ajudava. Amparava. Tinha 180 afilhados e a todos escutava.Todas as manhãs os pobres faziam fila à porta da sua casa e  levavam debaixo do braço, o seu pão.
Até que um dia o marido decidiu acabar com tanta gente junto de sua residência.
- Maria Lúcia. Vou dar-te um padaria. Os pobres podem ir buscar o pão que precisarem. O restante será vendido e o que resultar da venda será para as tuas esmolas.
E assim foi.
A padaria foi criada. Acreditamos  que ainda existe.
Quantos pobres foram diariamente  lá buscar o seu pão ?


Tantos !
Todos os que necessitavam.
 Sabem ?
Naquela terra todos diziam :
Esta Senhora é santa.
Sabemos que a miséria não se resolve com estas atitudes. São insuficientes e tem que haver uma competente ajuda social. Esta é a tal caridadezinha que hoje é ridicularizada. Mas , naquela terra houve sempre pão e chamar fascista a quem o deu , além de demonstrar ingratidão , é injusto.
Fascistas ?
Não.
A nossa família não era fascista e foi injustamente tratada como tal nos tempos conturbados que se seguiram ao 25 de Abril.
Tempos difíceis ?
Claro que o foram  mas a verdadeira democracia ainda não existe  nos dias de hoje pois continua a verificar-se ,um forte sentido de protagonismo nos que acham que são os únicos detentores dos valores  da justiça social.
Todos
Esquerda ou direita têm direito a gostar de cravos.
( E hoje ouvi críticas ao Governo por alguns ministros se apresentarem de cravo na lapela )
O pensamento que deve existir em todos nós é :
Que a Europa encontre depressa o seu modelo de desenvolvimento e que todos os países em uníssono o consigam realizar.

1 comentário:

Anónimo disse...

Que tristeza devia sentir BIA por ver tantos pobres em sua volta. Porque dar esmola, não é gratificante, nem para quem dá, nem para quem recebe. Eu já tenho dito que baixo os olhos quando dou, como muitas vezes os que a recebe. Serei utópica, mas o que eu quero é dignidade. Desta minha utopia eu não saio. Quanto aos cravos, não são exclusivos de ninguém, a verdade e lealdade está no coração, e aí, não não há telepatia que entre. Linda