sábado, 16 de agosto de 2014

DO AR PARA O CÉU

Ontem falamos no jovem que seguiu a vida religiosa causando a todos os amigos e familiares perplexidade.
Aqueles que nos visitam sabem que uma das nossas características dominantes é tentarmos sempre procurar uma justificação para todas as condutas.
Há sempre uma ou várias causas que se escondem sob as opções.
Voltamos a ler a história de Paulo Duarte e, não falando da nossa interpretação, vamos deixar-vos pistas para que compreendam esta escolha.

Paulo Duarte é  filho único.
Os pais ficaram absolutamente estupefactos quando ele lhes deu a conhecer que ia deixar a aviação para seguir a vida religiosa.
Mas....
Na sua infância houve uma figura marcante .
Talvez mais do que a dos pais.
A avó Constança , figura central na sua vida.
A família era católica mas pouco praticante , tirando esta avó, uma alentejana de Odemira que estava sempre a rezar . " Era uma velhinha viúva , que não sabia ler nem escrever mas tinha um humor extrordinário . Teve 11 filhos , morreram 8 e impressionou-me sempre muito a sua força , serenidade e alegria , apesar de ter sofrido tanto. Quando lhe perguntava porque rezava tanto ela respondia que só isso sabia fazer. "
Paulo era um miúdo tímido . Na escola sofreu essa introspecção . As crianças achavam-no diferente porque preferia a biblioteca em vez de jogos de bola . Foram quatro anos de bullying , na altura em que essa palavra não era conhecida.

O tempo passou.
Paulo fez terapia.
Tornou-se extrovertido
Procurou caminhos :
Fez o curso de Filosofia
Deu aulas
Estudou Teologia em Madrid 
Apaixonou-se
Viveu
A avó  foi internada num hospital. Ele foi visitá-la e , teve a clara noção de que se despediam ." Ela perguntou-me se estava feliz . Pedi-lhe a benção e ela, surpreendentemente , também me pediu a minha  . E disse-me para ser feliz pois só assim poderia fazer os outros felizes "
Paulo fez os votos de pobreza , castidade e obediência . Uma festa linda e comovente. Constança  morreu nesse mesmo dia , no final da cerimónia
" Esperou por mim e partiu "
Da avó só quis a aliança que traz pendurada num fio , sempre encostada ao peito  e a chave de ferro grande e pesada da sua casa , lugar de tantas memórias da sua infância.

Nós
Terminamos aqui a nossa reflexão.
Acreditamos que a partir de agora vos seja facil compreender o trajecto de Paulo Duarte da Portugália para a Igreja de Portimão, onde acabou por encontrar o seu caminho.

1 comentário:

Anónimo disse...

Será que vai encontrar o seu caminho? Porque fugiu do mundo? Não é que ás vezes não apetece fugir, mas para Deus? Apesar de não o conhecer desejo que seja feliz, é o que desejo a todo o ser humano. Linda