quarta-feira, 30 de junho de 2010

POMBAS NO METRO / NO MARQUÊS DE POMBAL ?

A primeira vez que as vi julguei estar a ter uma miragem. Pombas na estação do Metro ? No Marquês? Parei e fiquei a observá-las. Eram três e passeavam , indiferentes a tudo. Ao fundo há um café e fui perguntar se era costume, pois nunca as tinha visto. Um empregado disse-me que às vezes apareciam e ficavam por ali, a apanhar migalhas no chão. Mas, como entram? Não há janelas... Não sei... Elas entram. E , aí estão.
Em grupo, não mais as vi. Mas, ontem, lá estava uma. E, já não no atrium, mas mesmo junto da linha do Metro.  
Fiquei fascinada a vê-la. Andava, andava por entre as pessoas e debicava, debicava indiferente à agitação dos passageiros que entravam e saiam das carruagens sem a ver.
Pensei : - Que maravilha ! Uma pomba no Metro !
Parecia uma mensagem. Um recado. Um sinal...
Não era branca como as mensageiras de paz. Cinzenta, gordinha, desembaraçada era uma pomba que fazia pela vida. Pela sua vida. Decidida, era-lhe indiferente estar num jardim ou ali, no Metro do Marquês.
Espero voltar a encontrá-la . Desejo esse encontro que alegrou a minha manhã . Vou voltar a vê-la , de certeza. Tenho que a ver. Sempre que chegar a esta estação ,olharei para ver se ela lá está. Hei-de ter a sorte de a reencontrar. Alguma manhã será. Será.
E penso:
- Só eu terei visto aquela pomba ?
 Ela só a mim sensibilizou?
 Seduziu?
 Prendeu ?
 Só eu terei tempo para observar uma pomba solitária no Metro do Marquês?




2 comentários:

Anónimo disse...

Infelizmente poucas pessoas olharam para elas com a ternura que a minha amiga olhou. Porque as pessoas com a vida que levam, vão perdendo capacidades de ternura e ficam mais egoístas. É uma defesa do seu interior, penso eu. Este Mundo cão, faz das pessoas silenciosas, tristes. E aí vão elas de cabeça baixa de ombros caídos, derrotadas. Pena é não virarem ao contrário para serem revoltadas, seria mais positivo para todos. Principalmente para o futuro dos seus filhos e netos. Linda

Unknown disse...

Bom dia