Agora que tanto se fala de Segredo da Justiça, de segredos que têm que ser respeitados. Segredo disto. Segredo daquilo. Agora, eu confesso que detesto segredos. Detesto mesmo. Sempre detestei.
Vou continuar a detestar. Tenho uma amiga que, invariavelmente, acrescenta a tudo o que diz: -"Que isto não saia daqui". Em geral são assuntos que não me interessam. Porque iria divulgá-los?
Há o bom senso que nos indica o que se pode e o que não se deve contar. Quando me pedem para guardar segredo, invariavelmente digo: -"É melhor não contar. Não gosto de segredos. E não sei se
os sei guardar".
Em geral, há qualquer coisa escondida nos segredos. Muitas vezes (mostra-me a experiência) qualquer coisa reprovável. É isso: reprovável. Igualmente detesto, abomino, sinto horror às personalidades que tudo escondem. Tudo disfarçam e ocultam. Tudo são esquemas para mascarar a verdade. São seres frageis que mascaram as suas deficiências sob uma falsa couraça que, só aparentemente os protege.
Estruturas deficientes que se consideram invenciveis.
Serão?
Uma sociedade onde tudo é segredo torna-se claustrofóbica.
Detestável. Como detestável é o hábito das agora tão na moda "escutas".
Tudo feio. Muito feio.
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