segunda-feira, 15 de março de 2010

" ONDAS TURBULENTAS "

CRUZEIROS
Quem não sonha com eles? Quem, já os fez, não os esquece e só pensa em repeti-los. Os que ainda não tiveram essa experiência aspiram que ela se realize. Actualmente, já não se destinam apenas a uma élite privilegiada . Tornaram-se acessiveis e podem ser pagos "suavemente". Um sonho que pode tornar-se realidade. Viagens de núpcias, bodas de ouro/prata, aniversários e viagens de curso, há de  tudo. Um cruzeiro? Que bom! A vida a bordo é fantástica. Divertida!!!!! Casino! Teatro! Boite! Come-se e bebe-se bem. Que mais queremos? Maravilha!  Confesso: sou apaixonada  por este meio de viajar e já cortei muitas vezes os mares (só, numa vez fizemos uma volta em que passámos por 7 mares - chamava-se mesmo "Cruzeiro dos 7 mares") ! Tudo "numa boa". Medo? Porquê? Haverá meio mais seguro se viajar? Só no ano passado fizemos 2. Um no Mediterrâneo. Outro no Atlântico. Tencionava este ano ir até ao Alasca. Sim. Tencionava. Desisti. Enquanto me recordar do que se passou há dias e, foi apenas  levemente revelado na comunicação social, não  repito a experiência. Mas, afinal, o que se passou?
Foi o caso duma onda gigantesca ter violentamente atingido o navio Louis Magestic em cheio, tendo ocasionado a morte de 2 pessoas e ferimentos em 15. O navio transportava 1350 passageiros e 580
tripulantes. Nunca se viu um caso assim. No Mediterrâneo? Impossível.  A maioria dessas ondas são invenção dos marinheiros. Será ? Será que se trata de imaginação?
Fui pesquisar e descobri aquilo em que não queria acreditar.
Ondas gigantes nos mares são pura realidade. Estas ondas (conhecidas por ondas turbulentas) são a principal causa do afundamento de navios de grande porte. Em  Dezembro de 2.000 a União europeia deu origem a um projecto científico  chamado Max Wave para estudar este fenómeno. Em Fevereiro de 1995 o navio de cruzeiro Queen Elisabeth II deparou-se com uma onda turbulenta com 29 metros de altura, durante um furacão no Atlântico Norte. O capitão Ronald Warwick descreveu-a como "uma parede de água... parecia que iamos entrar nas White Cliffs of Dover!" O mau tempo foi responsável pelo afundamento de mais de 200 super pretoleiros e navios porta contentores com mais de 200 metros de comprimento, ao longo das duas últimas décadas. E na semana entre Fevereiro e Março  de 2001, dois navios turísticos Bremen e Caledonia Star, sofreram enormes danos nas janelas da ponte, andando mesmo à deriva, depois de terem recebido o embate de ondas turbulentas de 30 metros, no Atlântico  Sul. O mesmo fenómeno pode ter sido causa do afundamento de muitos navios: em média dois grandes paquetes afundam-se todas as semanas !!!, Mas as suas causas nunca são estudadas com o mesmo rigor que se verifica nos desastres de avião. Pode perguntar-se: -Porquê?
O que é um facto é que esta notícia foi dada muito de passagem e programas de grande grande atracção estão anunciados para a Páscoa. Estou com pena de desistir masassustada. Esta indústria está próspera. Mexe com capitais terrivelmente avultados e não convem que haja pânico. Na Páscoa do ano passado  as lotações iam esgotadas. Mas este foi um ano mau em termos de desastres naturais. Tem que haver tempo para estabilizar a nossa angústia. Esquecer. Perder o medo.
Talvez para o ano. Quem sabe?


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