Quando era pequena ofereceram-me o livro "Alice no país das maravilhas". Lembro-me que não o consegui ler. Estranho! Eu que devorava todos os livros que apanhava... Porque seria? Senti-me
envergonhada. No passado domingo a minha neta Constança estava muito entusiasmada pois ia com amigas do Colégio ver o filme. Será que gostou? Dizem que somos muito parecidas. Estou curiosa em ouvir a opinião dela. Penso que o meu mundo imaginário não se adaptava a este tipo de fantasias.. Eu sonhava. Sonhava muito. Ainda sonho. Muito. Mas tem que haver verosimilhança no que fantasio. Tem que haver a possibilidade de ser realizável. Difícil, mas possível. Quem sabe? Talvez. Saber à partida que é irrealizável não dá. Ontem como hoje.
Depois o que sei de Lewis Carrol , em vez de me fascinar, afasta-me. O programa Câmara Clara, de Paula Moura Pinheiro procurou explicar a criação as causas da imaginação delirante. Cogumelos que
provocavam alucinações? Certo tipo de epilépsia? Opiniões dum psiquitra e do autor de banda desenhada não me esclareceram... Os críticos do escritor fazem questão de recordar que Carrol tinha um gosto pouco habitual por desenhar e fotografar crianças nuas e que terá mesmo desejado casar-se com Alice Lidell, de 11 anos, filha do reitor da sua universidade, menina que teria inspirado a criação da personagem com idêntico nome. Muito enigmático.
A verdade, é que acredito que deve ser um filme fascinante.
Mas, vê-lo?
Não tenho interesse.
Aflige-me.



1 comentário:
Li a Alice no Pais das Maravilhas depois de crescida. Em miúda o livro também não me cativou.
Acredito que seja um livro, protagonizado por uma criança, mas um livro para adultos. O no-sense e as caracteristicas das personagens são do universo "dos crescidos".
E nessa prespectiva, gostei de ler "A Alice...". Gostei da Rainha, do Gato, do lanche do Chapeleiro. Todos eles são pessoas do nosso mundo.E este é, quantas vezes, um jogo de portas e de chaves.
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