Lhasa de Sela (1972- 2010) - A cantora nómada não cantará mais.
Morreu aos 37 anos! A mulher misteriosa dos discos era uma rapariga esquiva e simples que apenas desejava ser livre. Filha de pai mexicano e mãe americana-judia-libanesa Lhesa não cresceu como a maior parte das raparigas. Os seus pais eram nómadas, e ela passou a maior parte da sua infância entre os Estados Unidos e o México on the road. Possuidora duma voz grave mas ampla conseguiu com o seu album de estreia La Lhorona um sucesso incrível. Era um disco onde constavam baladas, que versavam mitos mexicanos, amores terriveis, a morte e as cartas que traçam o destino.
Em 2003 é lançado o seu segundo disco Tha Living Road e Lhasa confessa que tinha ido para França porque se sentia "a morrer". afirma" Fiz tudo menos rapar o cabelo e tornar-me freira".
Esteve nessa altura em Portugal. Parecia uma mulher distante, sempre acompanhada dos seus cadernos, com dificuldade em posar para as fotografias. Antes do concerto na Aula Magna praticou Yoga. Só a mãe podia estar junto dela. Lhasa não estava interessada no estrelato, na fama ou no dinheiro. Parecia que cantava apenas por imperativo de consciência, sem preocupações com estratégias de mercado. O terceiro disco Lhasa, no ano passado nunca foi devidamente promovido e já foi afectado pelas suas condições de saúde.
A andarilha morreu. Com um cancro. Terrivelmente nova ! Ela que só fazia o que queria e quando queria. Tinha planos para fazer um disco com temas de Violeta Parra e Victor Jara.
Não teve tempo.
O seu site, Lhasadesela, abre com uma fotografia de rosto encoberto pelo cabelo a esvoaçar ao vento. Em fundo há uma longa estrada. "Não serás como a palha que o vento leva".
As suas baladas ficaram.
É bom ouvi-las e recordar Lhasa.
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