Muito triste.
De alguém que passou pela vida
Sem sentir o prazer de viver.
Alguém que morreu como viveu
SÓ
COMPLETAMENTE SÓ
Nuno Alexandre , vivia em Lisboa e raramente ia a Cortes , uma freguesia de Leiria onde tinha família e, segundo parece uma casa que de há muito se encontrava abandonada.
Tendo ficado órfão muito novo, encontrava-se frequentemente em estado de depressão e sem trabalho.
Vivia absolutamente só e não tinha por hábito comunicar com os vizinhos.
Não falava com ninguém......
Há 10 anos , desapareceu.
Deixou de aparecer e não mais se ouviu falar nele .
Agora , era necessário saber onde estava a documentação da casa abandonada para regularizar o Imposto Municipal sobre Imoveis ( IMI )
Os tios de Nuno pagavam todos os anos a contribuição pois era um imposto muito baixo . Como agora foi aumentado , contactaram a família para darem conta do actual valor. A irmã de Nuno ( que reside em Lisboa ) disse-lhes que o irmão estaria em Famalicão . Como não viam ninguém naquela casa cercada de vegetação , pediram autorização ao presidente da Junta para arrombar a porta .
E, eis que descobriram um cadáver em elevado estado de decomposição.
A GNR foi imediatamente alertada e confirmou :
" No dia 23 deste mês , fomos contactados por familiares que, ao arrombarem a porta , deram conta de ossadas em cima duma cama . Acreditamos que se trata de Nuno Alexandre , uma pessoa muito introvertida , afastada do controlo social e familiar "
De acordo com o presidente da Junta , a mãe de Nuno terá morrido na sequência do nascimento do terceiro filho e o pai faleceu pouco tempo depois .
Esta casa , na aldeia de Famalicão , onde ninguém suspeitava de qualquer presença humana, seria uma herança dos avós .
Nuno Alexandre terá entrado, ali, quando tinha pouco mais de trinta anos........
Assim se vive
E morre.
SÓ
ABSOLUTAMENTE
POBRE NUNO !
QUEM SENTIU A TUA FALTA ?
Alguém chorou por ti ?
1 comentário:
Ouvi essa triste, notícia igual a tantas de completo abandono. Por aqui quando essas situações aparecem, lá vem um vizinho bater na porta a saber se estou bem. Agora fica para o próximo caso, se não me virem claro. Também uma vida dessas, sem história, sem pai e mãe, é mesmo de deitar abaixo um ser humano. Pobre homem que muito devia ter sofrido. Estou triste ao ler o seu relato desta situação. Ás vezes tenho ouvidos mas não ouço para não pensar, já não poço ajudar, não há nada a fazer, desligo para me defender. Linda
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