sábado, 20 de outubro de 2012

ADOADOLESCENTES / CRISES ....

Foi ontem.
À hora do almoço.
Na estação do Metro /Colégio Militar.

Como ainda faltavam 2 vasos de malmequeres para o nosso jardim ( claro que nos estamos a referir às cantoneiras das janelas da nossa casa ),fomos ao Continente, do Colombo ,comprá-los. Tivemos sorte, pois comprámos os que restavam - apenas três.  ( E , enquanto no Corte Inglês custam 7 euros, pagámos pelos nossos 2 euros cada um ).
Tudo bem.
Descemos as escadas do Metro e reparámos numa adolescente que caminhava à nossa frente. De calções curtos  de ganga , mochila, botas de cano curto....Nada a diferenciava das jovens que todos conhecemos. Apenas pensámos :
- Que pernas tão magras !
  Anorética ?
  Valha-nos Deus !
  Tão novas e já com dietas !
Sentámo-nos no mesmo banco a aguardar transporte.
Ela falava ao telemóvel e nós pensávamos na nossa vida.
 De repente vimos que o diálogo se estava a alterar e a miúda em voz alta disse :
- Mãe, mas eu estou cheia de fome !
E começou a chorar.
A chorar.
Do outro lado a mãe deve ter desligado pois ela acabou por fazer o mesmo.


Que fazer ?
Não intervir ?
Deixá-la com os seus problemas ?
Mas , se , era verdade, e ela tinha mesmo fome ?
Bem.
Acabámos por dizer baixinho:
- " Sabe . Sem querer ouvi a sua conversa.....
 Tenho filhos. Netos. Toda a vida lidei com jovens da sua idade. Se quer ajuda , diga."
Com as lágrimas a correr , disse .
- " Não, obrigada.
    Não preciso de nada ".
- " Eu estou a caminho do restaurante onde vou almoçar com o meu marido. Se desejar , almoça o que pretender e nós oferecemos. Não há problema ".
-  " Agradeço , mas vou ter com o meu pai ".

O Metro chegou e cada uma seguiu o seu caminho.

1 comentário:

Anónimo disse...

Ao ler este relato fiquei a chorar com pena desse drama, e se a mãe lhe desligou o telefone que drama se passará nessa casa? Já ontem chorei ao ver a despedida de enfermeiros que seguiam para Inglaterra, o relato era acompanhado por palavras que um jovem escreveu ao PR. Como todos nós contribuímos para a formação e agora o meu país é um padrasto em-vez de ser pai. Quando é que isto acaba? Estou dorida. Linda