Ontem , nas nossa habituais reflexões , referimos que havia muito boa gente que não percebia o que se estava a passar no nosso país e na Europa.
Afinal o que é isso do Estado Social?
Temos cá em casa o Dicionário das Crises - do Centro de Estudos Sociais e vamos passar a transcrever o que consideramos que ,talvez , ajude a esclarecer o que se passa.
"Estado -Providência
O termo tem vindo a cair em desuso e a ser substituído por outros menos comprometedores , mas a ideia de Estado como responsável -directa ou indirectamente - pelo bem estar da população persiste. O termo traduz o conceito anglo -saxónico de Estado de bem estar (welfare state ) sob influência do termo francês État Providence.Indica a intervenção do Estado no domínio da segurança social, do emprego, da educação e da saúde que se veio a desenhar desde inícios do séc.XIX e tem o seu ponto alto nos 30 Anos Gloriosos que se seguiram à II Guerra Mundial. O Chamado Estado-Providência Keysiano , que articula políticas sociais e económicas é o resultadoda Grande Depressão da década de 1930. Keynes propunha um papel mais interventor do Estado e os EUA de Roosevelt saíram da Depressão com políticas económicas de investimento público e expansão dos programas sociais .....................................................
Este pacto social rompeu-se com a crise de finais da década de 1970 e o Consenso de Washington, tendo esta forma de Estado sido objecto de reformas de retracção, mais radicais em alguns países ( anglo -saxónicos ) e menos em outros ( da Europa Continental e do Norte ). Com a viragem para a inovação como base do crescimento surgiu o Estado de investimento social, centrado na educação , saúde e promoção da empregabilidade como instrumento do crescimento económico .
Em muitos países , a erosão dos salários , das prestações sociais e dos direitos laborais criou fortes entraves ao consumo , do qual dependia o crescimento e o emprego.O consumo , o investimento e até algumas intervenções sociais passaram a ser mantidos com recurso ao crédito bancário.
Perante o fracasso do sistema financeiro , uma reforma do Estado-Providência deve agora repensar a sua dependência em relação ao actual modelo de cresimento económico e consumo "
Sílvia Ferreira
Ora
Nós já há 15 anos na Universidade Nova na Licenciatura em Ciências Humanas e Sociais- dominante Economia Prospectiva - verificámos que estávamos a caminhar para a ruptura do modelo.
Porquê?
Entre as causas salientava-se o envelhecimento da população , com as consequências que todos estamos a ver.
Vidas mais longas, acarretam mais despesas com pensões e chega-se a um ponto que há impossibilidade de todos receberem o auxílio a que constitucionalmente têm direito mas que se tornou inviável.
Bem
Em traços muito , muito gerais vamos tentar resumir o que se está a passar ( segundo o nosso pensamento )
A Europa começou a ver que tinha que haver uma mudança de paradigma.Por cá Passos Coelho e os que o apoiavam, viram o mesmo.
O actual Primeiro Ministro começou por pedir uma revisão da Constituição. Achamos nós que , quando isso não se verificou, ele devia ter desistido da sua candidatura .Sem essa revisão o modelo que ele pretendia incrementar ( Neo-liberalismo ? ) era inviável.
E estamos a ver.
Toda a complicação que surgiu após a rejeição do Tribunal Constitucional ....
Para complicar a situação , acreditamos que a Europa não sabe bem qual o modelo que deve adoptar e anda a seguir a táctica das tentativas e erros.
Além de tudo há que ter em atenção a História de Portugal.
Depois duma ditadura de décadas em que " piar " era interdito há uma Revolução que abre as mentes e mostra que é possível gritar.
Há os direitos adquiridos.
Voltar para trás ?
QUEM ACREDITA ?
1 comentário:
Também muito resumidamente falando do estado social. Sou humanamente por o estado social, em que todos tenham o minimo para viver com dignidade. Nem todos podem pagar para terem seguros. Ficamos como os EUA em que + - 40 milhões de pessoas não têm assistência de saúde? Obama tentou, não sei em que situação se encontra o seu modelo , só sei que as seguradoras fizeram logo manifestações contra e com o apoio dos republicanos,que na minha opinião de republicanos só têm o nome. Não queremos isso para a Europa, não é verdade? Nós queremos é que se viva com dignidade. Não há nascimentos? As mulheres foram levadas a pensar que primeiro o emprego a subida social, depois os filhos, depois as crises e agora? Fomos atacados por lavagens aos cérebros e a sociedade desumanizou-se, e agora? Quem vai tomar conta da Europa ou é a China ou pior, os árabes que estão a invadir a Europa. Linda
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