quarta-feira, 12 de março de 2014

ATÉ AMANHÃ / POEMA DE EUGÉNIO DE ANDRADE


ATÉ AMANHÃ

Sei agora como nasceu a alegria,
como nasce o vento entre barcos de papel
como nasce a água ou o mar
quando a juventude não é uma lágrima

É primeiro só um rumor de espuma
á roda do corpo que desperta,
sílaba espessa, beijo acumulado,
amanhecer de pássaros no sangue

É subitamente um grito,
um grito apertado nos dentes,
galope de cavalos no horizonte
onde o mar é diurno  e sem palavras

Falei de tudo quanto amei
De coisas que te dou
para que tu as ames comigo:
a juventude, o vento e as areias

Eugénio de Andrade , in " Até amanhã "


2 comentários:

Anónimo disse...

UM DIA QUEBRAREI TODAS AS PONTES/ QUE LIGAM O MEU SER, VIVO E TOTAL,/ Á AGITAÇÃO DO MUNDO DO IRREAL,/ E CALMA SUBIREI ATÉ ÀS FONTES. DE :SOFIA DE MELLO BREVNER. Ainda serei capaz? Linda

Anónimo disse...

UM DIA QUEBRAREI TODAS AS PONTES/ QUE LIGAM O MEU SER, VIVO E TOTAL,/ Á AGITAÇÃO DO MUNDO DO IRREAL,/ E CALMA SUBIREI ATÉ ÀS FONTES. DE :SOFIA DE MELLO BREVNER. Ainda serei capaz? Linda