Libertação
Menino doido, olhei em roda, e vi-meFechado e só na grande sala escura.
(Abrir a porta, além de ser um crime,
Era impossível para a minha altura...)
Como passar o tempo?...E diverti-me
Desta maneira trágica e segura:
Pegando em mim, rasguei-me, abri, parti-me,
Desfiz trapos, arames, serradura.....
Ah! meu menino histérico precoce!
Tu, sim! Que tens mãos trágicas de posse,
E tens a inquietação da Descoberta.
O menino, por fim, tombou cansado;
O seu boneco aí jaz esfarelado...
E eu acho, nem sei como, a porta aberta!
Hoje é o aniversário da morte de José Régio. Grande poeta! "Cantico Negro". Recordo João
Villaret a dizer sentidamente, esse grande e eterno poema!
Neste soneto igualmente se sente a sua procura...Um sentido... Uma porta que se abra..
Uma finalidade. O querer compreender...e não conseguir..ultapassar o absurdo.
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