Li no Público de hoje uma entrevista de Filipa Vasconcelos a Ana Sousa Dias que adorei.
Sério. Adorei mesmo. Porque, com uma diferença tão grande de idades, vimos o mundo, do mesmo modo. (mais ou menos, claro)
Primeiro o que ela sente pelo pai (o cineasta António Pedro de Vasconcelos): -"Qualquer filha faz uma comparação com um pai, com que se identifique. É inevitável. Tenho com o meu pai uma relação quase visceral, nem sei ter palavras certas, porque não existem todas no dicionário. É um amor mais que incondicional. É o meu grande ídolo".
"Eu não gosto de partilhar tudo, não quero partilhar todos os meus pensamentos. Não quero partilhar a sua higiene. Não me interessa saber como toma banho, como escova os dentes.... Duas casa de banho é maravilhoso! Tenho dificuldade em viver no mesmo espaço. Há coisas que não quero saber. Se me apetecer contar conto, mas não me perguntem... Vejo-me a criar um espaço novo de fim de semana, por exemplo. Mas não quero largar a minha casa, a forma de estar dentro dela, os meus hábitos .Não quero aguentar o relato do futebol. E o comando da televisão, que os homens não largam da mão!. Portanto é óptimo namorar, jantar, viajar, passar fins de semana juntos, mas partilhar o mesmo espaço não faz sentido. Há 3 coisas em que não se deve mexer nunca: na correspondência, nos amigos e nas relações amorosas do passado. Não interessa. Programa de amigos é programa de amigos. É uma questão de liberdade. De independência.No fundo não gosto de ser controlada. Mas gosto de homens.
Era impensável viver sem homens à minha volta.
Mas têm que ser sempre uns senhores, é a coisa mais importante que espero deles.
Mesmo que tenham coisas desagradáveis para nos dizer, que sejam sempre uns senhores. Nós merecemos."
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