domingo, 23 de outubro de 2011

PICASSO E A MULHER QUE LHE FUGIU


Picasso e Françoise Gilot viveram um amor louco durante os anos terríveis da Segunda Guerra Mundial. Foi , como todas as suas outras relações , uma tempestade de violências terrivelmente dramáticas, até que se verificou o  fim abrupto e doloroso  da relação , o que  nunca foi ultrapassado por Picasso.
Ela resolveu não continuar a desgastar-se num amor que só lhe trazia sofrimento e partiu com os dois filhos do casal.
Ele, o senhor todo poderoso, ver-se abandonado por uma mulher que sempre lhe fez frente , para quem a convivência tinha que basear em diálogos e não em monólogos ( com eram todos os seus outros relacionamentos )?
Uma mulher que depois dele teve dois casamentos em que foi feliz ?
Que escreveu um livro polémico sobre a verdadeira personalidade do celebérrimo pintor ?
UMA BLASFÉMIA!

  Impossível aceitar.

  Passou a dedicar-lhe um ódio tremendo , demonstrado ostensivamente , chegando ao ponto de rejeitar para sempre os filhos , Claude e Paloma ,que nem permissão tiveram ( segundo  prévia determinação do pintor ) de assistir ao seu funeral.
Como é retratado  Picasso , por Françoise Gilot ?
" A ideia que Picasso tinha do amor era principalmente física e de posse, não de dar. O seu comportamento era terrivelmente  cruel. Ele considerava-se  um  deus. Os outros simples seres humanos.Todos os dias tinha que ter um combate , do qual , obrigatoriamente tinha que sair vencedor.
Habitualmente desagradável  para o seu dedicado secretário  Sabartés fez com que Françoise inquirisse a razão de tanta animosidade .
-"Só sou desagradável para as pessoas que amo.  Para as pessoas que não me interessam , sou simpático ".
Confessou ,tranquilamente..
Françoise refere que insistentemente ele lhe pedia para ler as obras do marquês de Sade, como pedia a todas as suas mulheres , mas ela recusou categoricamente " -Disse a Pablo que a crueldade do marquês de Sade estava em toda a parte naqueles tristes dias que vivíamos , não precisava de ler mais sobre isso . Muitas mulheres têm uma tendência masoquista, o que era perfeito para Picasso - mas eu não era nem sádica nem masoquista e assim não entrei no jogo.

Actualmente, Françoise Gilot,com os seus 90 anos vive em Nova Iorque , num luxuoso andar onde não se encontra nenhum quadro do homem a  quem conseguiu fugir.
 A única que conseguiu sobreviver a uma relação de terrível fascínio  fui eu." 

- O único quadro que sempre me acompanhou foi " La femme fleur ", porque era o meu retrato  
Desfiz-me dele porque  achei que me dava azar.

Sim. A minha vida continuou depois de Picasso


1 comentário:

Anónimo disse...

Qualquer mulher com alguma personalidade deixava um homem com esse comportamento. Não há amor que resista a ver como se trata quem está á nossa volta. Conheço uma mulher que tinha um grande amor, mais novo 12 anos, lindo, inteligente, mas quando via a maneira como tratava os seus subordinados, ela não gostava e não aguentou, e também se foi embora, isto é, quem saiu foi ele. Havendo filhos, não se proíbe de ver o seus progenitores, podem ser maus para a união, mas serem bons pais. Os filhos que analisem.