O que se passa em nosso redor inspira-nos incredulidade e o espanto sobrepõe-se á nossa proverbial boa disposição.
Vejamos se nos ajudam a perceber:
- Temos uma Tia de 96 anos que vive numa quinta no Algarve. Desde o falecimento do marido, há 10 anos tem tido , além da empregada doméstica , uma Senhora que lhe tem prestado assistência permanente.
Pois bem.Há praticamente um mês , a referida Senhora teve uma grave crise cardíaca aliada a uma pneumonia tendo sido hospitalizada.
Aqui começou o drama
Sendo a residência enorme ( mais de 20 dependências ) e completamente isolada iniciou-se a nossa aventura de arranjar substituta.
- O marido da empregada doméstica está desempregado. As dificuldades económicas existem...
Ao pedido:
- Não pode ficar à noite a acompanhar a Senhora, a resposta foi :
- Não posso deixar o meu marido sozinho..
Porque será ?
Incógnita...
E tem sido assim...
Umas não querem perder os subsídios de desemprego... outras não desejam dormir fora.... O que nos parece é que ninguém precisa de trabalhar.
Pensamos encontrar um lar em Lisboa para a nossa Tia.
Afirma não desejar sair do Algarve.E , está no seu direito pleno.
Agora estamos a tentar encontrar um lugar compatível com o que ela deseja
Há problemas para os necessitados.
Infelizmente há e muitos.
Mas , também os há para os que , tendo possibilidades económicas ,e desejando manter-se em suas casas ,estão impedidos de o fazer por falta de pessoal disponível para o cargo.
Conclusão
Pelo que estamos a verificar nos grandes centros torna-se mais fácil encontrar soluções do que nas pequenas localidades da província.
Pobres idosos !
Sempre dependentes embora sem o desejarem, que é o caso da nossa Tia.
Senhora totalmente lúcida, independente, com um raciocínio de qualidade invulgar e que perto dos 100 anos se encontra totalmente só .
Só, no fim da vida !
1 comentário:
Pois é, e o problema agrava-se por estar numa cidade pequena e aí os Mellos e outros não estão interessados, não dá lucro. E apesar de os preços serem superiores a 2000 euros por mês e fico a duvidar do tratamento. Porquê? Sabe que como estive internada, não ponho o nome da clínica, porque o que eu tinha a fazer, já fiz. Parte médica, tudo bem. Na parte de enfermagem com faltas de atenção, pouco cuidado. Na hora das refeições, para quem como eu não podia abrir o sumo, tirar as películas das frutas. Não ter o cuidado de colocar o tabuleiro em posição correcta, tinha que se pedir. Comer trocado, etc . Mas sei o motivo: falta de pessoal, e porquê falta de pessoal porquê? lucro e mais lucro. Internamento ali, não. Fui muito mais bem tratada no SNS em todo o sentido. Porque não fui para o SNS? Porque o SNS está pior, só por isso. Ainda vou contar uma história da vida de quem trabalha: um trabalhadora da limpeza que entra às 6 h da manhã e sai ás 12h, o seu vencimento é de trezentos e poucos euros por mês, com um marido que teve um AVC. A esta mulher chamavam-lhe o mosquito eléctrico, o que quer dizer boa trabalhadora. Era uma firma? Era, mas assim se enriquece. Mas que é uma escravatura, é. O meu defeito é que quando vou para qualquer lado que não é o meu ambiente, tento saber o que está por de trás dos bastidores. Há uma frase popular que eu concordo: Cada um sabe de si e Deus sabe de todos. Linda
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