Num texto de 2010 , no qual homenageava jornalistas mortos em conflito , ela escreveu : A nossa missão é relatar o horror com rigor e sem preconceitos ."
A sua missão foi assumida plenamente. A jornalista do Sunday Times que morreu na quarta-feira num bombardeamento em Homs , na Síria, ficará como uma referência da importância do jornalismo de guerra.
Esta americana de 56 anos a que vivia há muito em Londres , tinha mais de 30 anos de experiência . De conflito em conflito , ela procurava relatar a verdadeira realidade para que ninguém pudesse dizer : Eu não sabia .
Cada vez o papel das mulheres nos conflitos transmitidos em tempo real é habitual. É o caso das britânicas Kate Adie e Alex Crawford , da irlandesa Orla Guerin, da americana Sara Sidner , da libanesa Zeina Kohdr , da argentina Karen Maron, da italiana Giuliana Sgrena ou das portuguesas Cândida Pinto e Márcia Rodrigues .
Marie Colvin era conhecida por ser uma jornalista rigorosa , que fazia questão de ser uma testemunha fidedigna mas apaixonada do que via nunca esquecendo as " vítimas da violência " .
Num dos seus últimos artigos chamava a atenção do mundo para " imensa tragédia humana na cidade de Homs " .
A Síria ?
Quando terminará tanta violência?
Porque não há uma ajuda internacional que ponha fim a tantas mortes inocentes ?
Pensando na coragem de Marie dizemos:
A ajuda que pede é difícil. Os EUA e a Rússia estão em ano de eleições. A ONU tenta. Os outros hesitam...................
Tantos interesses em jogo!
Mas talvez agora esteja a surgir uma possibilidade que já não verá.
Nós não esquecemos que foi uma das últimas jornalistas a sair de Timor Leste tendo antes feito pressão para os representantes da ONU não abandonarem os timorenses à sua sorte.
Sem os artigos de Marie Colvin a ONU teria saído mais cedo e protegido menos refugiados que ocorriam às suas instalações , fugidos aos indonésios.
Esquecê-la ?Nós que seguimos com espanto a sua carreira aqui deixamos a nossa gratidão e umas palavras de reflexão :
Jornalismo de guerra é uma missão que tem um papel primordial no mundo de hoje.
Se sabemos o que se está a passar no teatro das operações é porque há heróis que dão a sua vida para que o saibamos.
Esta é , quanto a nós, das incumbências de maior responsabilidade do mundo actual. Deve merecer o nosso respeito.
Não esqueceremos Marie Colvin
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