Como sempre, no domingo, assisti ao programa Câmara Clara. Admiro muito a Paula Moura-Pinheiro e aprendo sempre alguma coisa ao ouvi-la. Sempre. Ora, esta semana foram analisadas máscaras associadas ao Carnaval no nosso país. Eram seus convidados Paula Godinho, antrópologa da Universidade Nova e André Gago, actor e grande conhecedor das máscaras portuguesas. Têm, segundo parece, origem no Neolítico. Foram aparecendo, ao longo dos séculos em momentos de crise do circulo agrícola. Com o Cristianismo deixaram de aparecer mas sobreviveram. São máscaras de purificação e morte. Assustam. As populações receiam-nas e dão sempre esmola (aos caretos). É possível vê-las no Museu de Etnologia de Lisboa. A seguir ao 25 de Abril, resurgiram em Trás os Montes. Festa. Liberdade. Pão. São máscaras comunitárias. Algus dos seus elementos são a Salamandra (animal que resiste ao fogo), cachimbo (fumo- transporte para o mundo dos mortos), dentes de javali, serpente, tenaz. A máscara com mais elementos simbólicos é considerada diabólica.
Não gosto de máscaras. Nunca gostei . Afligem-me. Detesto tudo o que se esconde.
Sempre. Definitivamente. Não gosto de máscaras.
Mesmo as que vi no Carnaval de Veneza. Lindas! Riquissimas! Imoveis! Superiores! Sumptuosas!
Máscaras?
Segredos?
Veneno?
Mistério?
Traição?
Não gosto. Detesto. Sempre. Em tudo.
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