Era também do Algarve mas vivia em Lisboa ( na Alameda Afonso Henriques muito perto da
nossa casa, na Av. Guerra Junqueiro.)
- Como defini-la ?
- Um amor de menina !
Um encanto de senhora!
Loura,
De rosto redondo, com um permanente sorriso .
Sempre bem disposta,
Muito alegre,
Era delicioso encontrá-la .
Casou muito nova e teve dois filhos :um casal .
Ela estudava medicina , ele engenharia quando " isto " aconteceu.
"ISTO " foi a morte repentina do marido !
Eu conto :
Segundo se sabia , a Gigi ( o nome desta amiga ) adorava o marido .
Era mais do que gostar : era adorar !!!
Vivia para ele ( era médico veterinário na Praça do Chile ).
Aliás constava que viviam um para o outro , tendo os filhos um lugar secundário nesta relação .
Aconteceu inesperadamente :
Ele teve uma síncope e faleceu .
Se ela teve logo conhecimento não sei .
O que recordo é que a sua reação foi tão brutal que lhe foi dada uma injeção para acalmar
Quando, finalmente acordou, ( depois do funeral ) o seu desespero foi de tal ordem que jurou não
querer continuar a viver
Nem mesmo ver a luz do sol .
Fechou-se no quarto e nunca mais de lá saiu .
Filhos.
Amigos
Médicos
Todos tentaram :
Ficou fechada no quarto, sem luz....não sei quanto tempo ....
Acabando mesmo por morrer
O que foi referido, na altura, é que foi um totalmente errado tê-la adormecido porque assim o
luto foi feito de modo brutal o que ela não conseguiu perdoar ...
mas,
por espantoso que pareça, um dia, a filha disse-me que teria acontecido o mesmo se fosse ela a ter
morrido primeiro .
O pai também não quereria viver sem ela.
- Conhecem algum caso semelhante ?
- Eu , não !!
Deixo-vos um exemplo paradigmático da dependência amorosa .




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