quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

PASSARAM 3 MESES

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Foi no dia 7 de Outubro que a encefalite / meningite destruiu em pouco tempo a paz da nossa casa.
Desde esse dia fatídico ( e já passaram 3 meses ) não mais a nossa habitual boa disposição se fez sentir.
Acabou-se a nossa indispensável sesta, as nossas leituras, idas à bilblioteca,,.... a vontade de deixar nos Reencontros as nossas reflexões.
Correrias para Santa Maria. Depois para São João de Àvila. Agora para a Casa de Santa Maria onde os cuidados continuados terão de ser realizados durante , pelo menos 3 meses ...
E como nos encontramos nós ?
Como temos aguentado .na nossa idade , uma mudança tão brutal no ritmo da nossa vida ?
Aqui vos deixamos , com a maior sinceridade ,o que sentimos .

O mais dramático foi a entrada em nossa casa às 3 horas da manhã após mais de 9 horas em Santa Maria.
Foi a primeira noite da nossa vida que passamos sem mais ninguém a acompanhar-nos.
Mas o espanto e a angústia eram tão fortes que ultrapassamos os nossos medos.
Depois
Depois , mesmo nos dias mais difíceis , sempre saímos da parte da manhã , cumprindo as nossas rotinas.
Somente na primeira semana não fomos ao ginásio..
As manhãs eram nossas. Da parte da tarde .... as idas ao Hospital.
Aqui temos que vos dizer :
Conseguimos não incomodar os nossos filhos .
Desde sempre defendemos a nossa independência e agora vimos como essa atitude foi fundamental neste transe doloroso.
São eles que constantemente perguntam se não precisamos de ajuda.
Não.
Cá nos arranjamos. Vivemos em nossa casa. Fazemos todos os percursos sem ninguém e conseguimos manter a nossa autonomia total.
Tem sido difícil pois acham que na nossa idade tanta independência pode acarretar perigos.
Apenas queremos afiançar que nos congratulamos por ter , desde sempre, lutado pela nossa  total liberdade.
Também não deixamos nunca de nos arranjar. Não é vaidade. Acreditamos que  o modo higiénico de nos vermos  é uma nuance da nossa personalidade que naturalmente cumprimos..
Em síntese
Embora a nossa vida tenha sido fortemente abalada cá estamos tentando encontrar o nosso caminho.
Dando a nossa ternura e atenção a quem tanto precisa de nós mas
Procurando viver sem nos tornarmos uma preocupação constante para os que nos amam.
Assim , encaramos  2015 , como um ano diferente. .
Uma nova étapa na nossa vida .
Difícil ?
Todas as mudanças acarretam necessidade de ajustamentos mas temos de ser nós a conseguir trilhar um novo caminho  que faça com que esta última caminhada seja o mais agradável possível.
Para nós e para os que amamos.

1 comentário:

Anónimo disse...

Arranja-se força quando menos esperamos, quando pensamos que vamos cair, agarra-mo-nos a uma pequenina esperança e caminha-se de cabeça levantada. Dia a dia se vai vencendo medos, somos fortes, somos mulheres, somos o princípio e não o fim, somos vida, somos sonho. Linda