quarta-feira, 4 de novembro de 2009

TUDO TEM O SEU TEMPO



Saramago (ainda Saramago e o seu Caim...) levou-me à Bíblia que, confesso, há anos não folheava.
E recordei um texto que sempre me fascinou. Obriga-nos a pensar. Tão actual! Tão sábio!

ECLESIASTES 3:1-8

- Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.
- Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou;
- Tempo de matar e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar;
- Tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;
- Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se;
- Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de deitar fora;
- Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado e tempo de falar;
- Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.

(Edição Almeida, corrigida e revisada de modo a tornar a leitura mais fácil)

Obrigada, Saramago.
Muito obrigada.
Como me sinto feliz por ter relido estes maravilhosos pensamentos!!!
Que me levaram para longe, longe... nem imaginas até onde...

2 comentários:

Moi-même disse...

Um mérito temos de reconhecer a esta polémica, seja ela campanha mediática, ou o que lhe quiserem chamar!
Acabou por agitar consciências, levando muitos a ler, pela primeira vez, ou reler as páginas da Bíblia.
Uns e outros cresceram em conhecimento e tudo o que seja ficar mais lúcido é excelente.
Excelente, também, a passagem da Bíblia que tão oportunamente a Constança "postou" (vamos lá utilizar a nomenclatura própria de uma blogger...) :):)

vanessa disse...

A polémica suscitada pelo comentário do escritor José Saramago, que certamente contribuirá para vender o seu Caim, constitui sobretudo um incentivo a ler ou reler a Biblia.
Todos (ou muitos de nós) quererão saber se ele (Saramago) tem razão nos seus comentários.
Da minha parte, sinceramente, não esperava de um escritor uma leitura tão literal da Biblia.
A mensagem contida na Biblia sobreviveu a 2000 anos de história, durante os quais tudo mudou e tudo está igual.
E, se assim foi, é porque (parece-me) a sua narrativa e as suas metaforas têm a intensidade suficiente para tocar o coração e a alma dos homens de todos os tempos.
A profundidade da fé dos homens em Deus não se poderia transmitir pela descrição de sacrificios insignificantes, mas sim por grandes gestos de abnegação.
Em contraponto, o Deus da Biblia dá a sua vida pelos Homens. É o garante da Justiça e da vida eterna, suprema aspiração de todos os homens.
No meu intimo creio que Saramago, se não se comoveu com a mensagem da Biblia, a verdade é que ela, de modo algum, lhe é indiferente.
Ela perturba-o. Saramago recorrentemente tenta resolver, aquilo ao qual apenas poderá chegar pela Fé. No Evangelho Segundo Jesus Cristo o escritor, tentando encontrar uma explicação terrena para a vida de Cristo, escreve apaixonadamente sobre Deus. Mais, coloca-O como persnonagem do seu livro, descreve-o a dialogar com o Diabo.
Nisto Saramago revela que o Deus (que ele repudia) não lhe é indiferente.
O escritor é, sim, (apenas) um homem em crise com Deus. E nesta crise, diria Hegel, é um instrumento de Deus, que se conhece nos homens.
No fim de contas, Saramago tem um crucifixo na parede do escritorio onde escreve na sua casa em Lazarote e , escolheu para companheira de uma, vida, uma mulher que já foi freira.