domingo, 10 de janeiro de 2010

Chuva!


Almoço do aniversário dum amigo no Club de Golf do Estoril.
Chuva!
Chuva!
Passado. Tão passado!
Tão triste!

1 comentário:

  1. Sugere-me a "Chuva Oblíqua" do fascinante Fernando Pessoa:
    "Ilumina-se a igreja por dentro da chuva deste dia,
    E cada vela que se acende é mais chuva a bater na vidraça...
    Alegra-me ouvir a chuva porque ela é o templo estar aceso.
    E as vidraças da igreja vistas de fora são o som da chuva ouvido por dentro...
    O esplendor do altar-mor é o eu não poder quase ver os montes
    Através da chuva que é ouro tão solene na toalha do altar...
    Soa o canto do coro, latino e vento a sacudir-me a vidraça
    E sente-se chiar a água no facto de haver coro...
    A missa é um automóvel que passa
    Através dos fiéis que se ajoelham em hoje ser um dia triste...
    Súbito vento sacode em esplendor maior
    A festa da catedral e o ruído da chuva absorve tudo
    Até só se ouvir a voz do padre água perder-se ao longe
    Com o som de rodas de automóvel...
    E apagam-se as luzes da igreja
    Na chuva que cessa..."

    ResponderEliminar