Aos domingos de manhã, quando estou a arranjar-me para sair, oiço D. Clemente fazer os seus comentários, na Rádio Renascença. Ouvi a palavra "perdão" várias vezes. Percebi, mais tarde, que era esse o ponto fulcral do evangelho dominical. Pensei: vem mesmo a propósito. Perdoar? Quem? Como? Hoje, como título numa notícia no Público vinha "Bento XVI pede indúlgência para os envolvidos nos abusos". Na oração do Angelus o Papa sublinhou que a misericórdia de Deus (....) não condena o pecador, mas exige-lhe que retome constantemente o caminho da conversão. E, numa alusão às criticas de que tem sido alvo, recordou a passagem bíblica em que Jesus salva uma mulher adúltera de ser apedrejada: "Os acusadores hipócritas fingem confiar-lhes a decisão, quando na verdade, é a ele mesmo que querem acusar".
Oiço D. Clemente para entender o pensamento deste sacerdote que é elogiado com unanimidade. Ouvi Bento XVI para perceber melhor a sua carta pastoral, tão criticada e tão aplaudida...
Estou a tentar fazer o meu próprio juízo de valor.
Por enquanto, estou no domínio da ambiguidade.
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